quarta-feira, 7 de julho de 2010

Crítica de cinema do Galvão

Bem amigos do cinema brasileiro. Caminhava irritado pelas ruas de Joanes... ou seria Cape Town, ou Durban. Sei lá, depois de um tempo, tudo parece com Resende, a aconchegante terra natal do Arnaldo. Enfim, ia com os nervos em flor, porque a Espanha havia acabado de estragar outra das minhas teorias conspiratórias: a que a Adidas tinha manipulado a copa fazendo uma bola que só os alemães conseguiam chutar. Decidi relaxar as tensões assistindo a um bom filme de porrada. Após uma rápida consulta com os repórteres de cultura frustrados que trabalham na ESPN escolhi ver o tal do Kick Ass (Chute no Cu, em bom português).

Acabei com o coração na boca e o grito preso na garganta, como sempre fico ao ver nossa pátria amada vilipendiada de modo covarde. Os gringos estão levando o crédito por um gênero de filme que sempre foi exclusividade nacional: o das criancinhas com armas. Desde Pixote que o Brasil reina absoluto na área. (Tá, eu sei que o Babenco é Argentino, mas tem uns 30 anos que ele vive as nossas custas, é praticamente um Sorín).

A tal meninha do filme pode até ser fofinha com seus palavrões cabeludos e truques de arte marciais. Mas quero ver ela encarar um Dadinho, um pessoal da caixa baixa. Na hora da verdade, a malícia e o veneno do personagem brasileiro prevalecem. Por isso que o resto do mundo vive fuçando nossa cinematografia. Como se não bastasse aquela cópia descarada do Laranjinha com Acerola, misturada com Caminho das Índias ter levado o Oscar ano passado. E tudo por culpa dessa exportação inconseqüente, esses nossos talentos que vão muito cedo lá pra fora, antes mesmo de completar os cinqüenta anos.

Mas é isso aí, não adianta chorar a película queimada. São os novos tempos, a globalização. Temos que nos adaptar, tirar proveito de mais uma derrota pra reiventar o que sabemos fazer de melhor. Quem sabe não dá até pra encontrar uma função pro Felipe Melo nisso aí? Preparador de elenco, assistente de produção, guardião do orçamento. Qualquer coisa que não envolva corações sensíveis ou equipamentos delicados.

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