sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Mamelúdicos Eufóricos (Carnaval Rio, dia 1)


Quando a moça do carro de som citou Nietzsche senti que tinha acabado de entrar numa roubada. Mas depois da terceira Antártica tudo ficou melhor. O bloco dos “Mamelúdicos Eufóricos e outros Intereofóbicos Frenéticos” deriva de uma “oficina de dança que faz releituras de ritmos populares”. Seja lá o que isso queira dizer é preciso ter muita cara de pau pra tocar Age of Aquarius no carnaval. O bloco saiu (ou nas palavras deles se expandiu) na noite de quinta-feira em Botafogo, na esquina da Rua Real Grandeza com a Visconde de Caravelas.

A coreografia em homenagem a Elza Soares foi um dos momentos mais divertidos do desfile. Apesar do clima meio Hair não vi nem sombra de Maria. Seria já o efeito do tal de Choque de Ordem?

Era notável a presença das “novinhas de 14”. Aroma de Rexona Teen e chiclete mentolado pra Nabokov nenhum botar defeito.

As gringas também contribuíram para o deleite coletivo. Loiras da África do Sul à Alemanha. Minha primeira musa do Carnaval é dinamarquesa. Uma graciosidade de menina, fazendo seu mochilão após o fim do ensino médio. A pele alva lembrava aqueles biscoitinhos dinamarqueses que vinham numa caixa de lata e eram relativamente populares na minha infância de dólar barato. O sotaquezinho em seu inglês era de uma beleza sobrenatural. Aliás, Deus abençoe o CCAA. Valeu!

Uma coisa curiosa é que a moça tinha o mesmo nome da personagem estrangeira do livro que eu tento escrever. Já é terceira vez que ocorre algo parecido comigo. Fato que dá margens a teorias pilantras em vários campos do conhecimento humano. Minha favorita é a uma baseada na máxima de que “a unha encravada é a mais propícia às topadas.” Mas deixa o merchandising pra depois.
A melhor fantasia disparada foi a de Frida Kahlo.

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